quinta-feira, 30 de julho de 2015

Data: Base 2015: Proposta do Governo causa indignação da categoria



Insatisfeitos com as medidas do Governo Sartori e, principalmente, com a constante ameaça de atraso e parcelamento de salários, centenas de trabalhadores lotaram a frente do SESCON para mais uma reunião de negociação. O encontro ocorreu na tarde desta quinta-feira (30), dentro da Data-Base 2015.

O governo começou a reunião com o discurso batido sobre a crise financeira do Estado, afirmando que a situação é crítica e que todo mês é uma briga para quitar a folha de pagamento. Os representantes do governo disseram que estão negociando baseados nas recomendações da Procuradoria Geral do Estado (PGE), que tem caráter orientativo, e que a ideia é estabelecer um diálogo, com uma boa negociação. No entanto, a proposta apresentada não demonstra que o governo quer mesmo negociar.


Entre os destaques apresentados está o adiamento da negociação do reajuste salarial, que aconteceria só em janeiro de 2016. Os benefícios como vales seriam reajustados baseados no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) do período, que é de 8,76%, mas o auxílio-rancho teria uma contrapartida do trabalhador. O SEMAPI lembrou que este benefício foi criado para recomposição salarial, durante governos anteriores. O assessor do Grupo de Assessoramento Especial (GAE), Claudio Kuhne, reconheceu que este auxílio foi dado por conta de reajuste salarial, mas que essa é a recomendação da PGE justamente para evitar a incorporação no salário.

Mesmo dizendo que o governo fará o possível para pagar em dia os trabalhadores, a proposta apresentada prevê a retirada da multa em caso de atraso salarial, que deve ser pago até o 2º dia útil de cada mês, conforme negociação coletiva. Kuhne disse que diante da situação financeira do Estado, não há como pagar uma multa altíssima. O SEMAPI lembrou que essa multa já foi bem mais alta, e também deixou claro que a ideia não é receber a multa, mas ter o pagamento em dia.


O governo também propõe a compensação de horas dentro do mês, visando diminuir o número de horas extras. O próprio governo reconheceu que esta proposta tem pouquíssimos avanços e, até mesmo, alguns cortes significativos. Assim, o SEMAPI irá levar o que foi proposto para debater com o Fórum de Representantes de Base, mas a reação dos trabalhadores mobilizados no local já mostrou grande indignação com a proposta.

A próxima reunião de negociação já ficou marcada para o dia 10 de agosto, às 15h30, na sede do SESCON (Rua Augusto Severo, 168 - Porto Alegre). Esperamos que, mais uma vez, a categoria esteja presente, pressionando por melhorias nessa Data-Base. Quem faz grande o Rio Grande são os trabalhadores!

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