Na manhã desta quinta-feira (20/12), SEMAPI e governo do Estado voltaram a se reunir para negociar a data-base do setor público (Fundações e UERGS). No encontro, que ocorreu na sede do Sindicato, os representantes do Piratini apresentaram sua proposta explicando também os motivos do atraso nesta negociação e o porquê de ASCAR-EMATER-RS e EGR terem reunião em separado.
ATRASO
De acordo com o governo, o impasse começou porque o Piratini passou a não reconhecer mais a representatividade do SESCON, o que não foi bem recebido pelo sindicato patronal, que impôs condições impossíveis de serem cumpridas. Isso acabou travando a data-base de toda a categoria (setor público e privado). No entanto, Estado e patronal entraram num acordo recentemente, e a representatividade do SESCON foi reconhecida no caso da EMATER e EGR (empresas com natureza jurídica diferente), mas não das fundações. Assim, a negociação destas instituições será realizada separadamente das demais, com SEMAPI, SESCON e governo, nesta sexta-feira (21/12), às 9h, na Secretaria da Fazenda (Av. Mauá, 1155, POA).
PRINCIPAIS PONTOS DA PROPOSTA
O governo oferece reajuste salarial de 100% do INPC (1,76%),
com retroatividade a 1º de junho de 2018, sendo que o pagamento das diferenças
salariais deve ser efetuado durante o mês de janeiro de 2019. Além disso,
propõe o pagamento mensal do auxílio-rancho no valor de R$442,42, indenização
de quebra de caixa de R$181,94, auxílio-educação infantil no valor de R$463,80
(até o final do ano em que a criança faz sete anos.), e auxílio-funeral no valor de R$4387,65
(parcela única).
Mudou-se o percentual pretendido quanto à multa por atraso
de salários: na proposta inicial, o governo queria que a multa diária prevista (hoje
de 25% de dia de salário por dia de atraso), fosse reduzida para 0,5%. Na
reunião de hoje, propôs a redução para 12,5%.
No caso específico de FASE e FPE, o Estado propôs a
possibilidade de movimentação dos trabalhadores entre turnos, jornadas, e
locais de trabalho, ponto em que o SEMAPI já informou que encaminhará por
escrito nova redação para garantias aos servidores. Sobre o regime de
compensação mensal da jornada de trabalho, o Estado propõe que o tempo
suplementar trabalhado deva ser compensado dentro do prazo máximo de 30 dias, a
contar do início da próxima efetividade mensal dos empregados estabelecida pelo
empregador para fins de implementação em folha de pagamento. Quanto à Folga
Extra Mensal (FEM) o governo retirou sua proposta de eliminação da cláusula.
O SEMAPI contrapôs a proposta de diminuição da multa por
atraso de salários, ressaltando que foi graças à liminar que temos (juntamente
com o valor da multa), que garantiu o pagamento dos vencimentos em dia, visto
que diversas outras categorias tiveram os seus parcelados. Outro ponto que foi
rebatido foi o vale-alimentação: o Sindicato – mesmo contrariado – concorda que
o abono natalino venha a ser separado e pago mensalmente, no entanto, não
aceita o recebimento relativo ao "efetivo trabalho", ou seja, mesmo
em faltas justificadas, haveria o desconto. Da mesma forma, acredita que o
auxílio-rancho deve continuar no mesmo formato, porque tem caráter
indenizatório, e não deve ser descontado de quem está com o contrato de
trabalho suspenso, como o Estado propõe.
Quanto ao plano de saúde, enquanto o governo propõe que seja
contratado pela Associação específica de cada fundação ou pelo Sindicato, o
SEMAPI reivindica que a mudança seja negociada na próxima data-base, para que
haja estudo e preparação da situação. E também porque seria gerado um grave problema,
inclusive sobre a prestação de contas de 2018.
Na questão das liberações para atividades sindicais, o
SEMAPI não concorda com a compensação do período ausente, justamente porque
esse é o espírito da cláusula: incentivar o trabalhador a participar das ações
do sindicato.
PRÓXIMOS PASSOS
Os representantes do governo informaram não poder dar uma
resposta quanto aos contrapontos do SEMAPI, e pediram para que tudo fosse
formalizado e entregue por escrito para análise. Assim, se comprometeram a dar
uma resposta na segunda-feira (24/12). Apesar de o sindicato não ter
atendimento externo, os diretores irão trabalhar e analisar a resposta do
governo, para que possa ser encaminhada para a assembleia.
A reunião do Fórum de Representação de Base está marcada
para quarta-feira (26/12), às 9h, no SEMAPI. A assembleia também já está
agendada para o mesmo dia, às 15h, no auditório do Sindicato (Travessa
Alexandrino de Alencar, 83, Azenha – POA). Participe!
Observação: caso tenha alguma dúvida quanto à proposta, os
representantes podem auxiliar, bem como os diretores do SEMAPI. Entre em
contato com eles.
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